História da Transportes e Turismo Eroles

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Fundada por Henrique Eroles em 1934, a Transportes e Turismo Eroles LTDA foi uma das maiores empresas de transporte de passageiros do Brasil. Henrique decidiu estudar o transporte público em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo, em dezembro de 1934, quando o setor ainda era novo e apresentava diversas dificuldades.

Ele adquiriu um Chevrolet Tigre, tipo Ramona, construído em 1934, que transportava de 20 a 25 passageiros e formou a primeira linha regular de ônibus da cidade, ligando o centro ao bairro de Taiaçupeba. Em 1937, Henrique adquiriu seu primeiro veículo zero quilômetro e expandiu a empresa como sócio, seus filhos e sua esposa. Com o crescimento da frota, em 1964, a empresa foi renomeada para Transportes e Turismo Eroles.

Durante mais de 60 anos, a Eroles cresceu e se consolidou como a principal empresa de transporte coletivo urbano de Mogi das Cruzes, além de atuar em Santa Isabel e Guararema. Operava as linhas metropolitanas mais rentáveis da EMTU, conectando Mogi das Cruzes aos demais municípios do Alto Tietê e da capital, sendo superada em número de linhas apenas pela Viação Poá.

A Eroles serviu de referência para outras empresas do setor, sendo considerada uma das melhores transportadoras do Brasil. Além das linhas regulares dentro do país, a empresa operava linhas internacionais, conectando o Brasil ao Paraguai, Argentina, Bolívia, Uruguai e Chile. Os ônibus da empresa eram novos, bem conservados e modernos, sendo sua pintura reconhecida nacionalmente.

Após o falecimento de Henrique Eroles em 1964, seus herdeiros e sócios assumiram o controle da empresa. Em 2004, a empresa enfrentou uma crise financeira decorrente do colapso do monopólio municipal de transporte em Mogi das Cruzes e da deterioração dos serviços prestados pela Eroles.

 

A história da principal empresa de transporte coletivo urbano de Mogi das Cruzes

Para tentar melhorar os serviços, foi realizada uma licitação que selecionou duas empresas, a Eroles e a Transcel (hoje CS Brasil), cada uma respondendo por 50% das linhas. A Eroles mudou seu nome para Turismo Mito, e foi forçada a comprar novos veículos para atender aos requisitos do concurso de tráfego pago.

No entanto, a crise financeira se agravou, resultando em atrasos e quebras de veículos em todas as linhas, além de perda de várias linhas para outras empresas, culminando com a substituição da empresa pela concorrente Transcel nas linhas urbanas de Mogi das Cruzes.

A empresa Transportes e Turismo Eroles enfrentou uma grave crise financeira em 2004, que a levou a perder suas linhas de ônibus em Mogi das Cruzes, Santa Isabel e Guararema, bem como suas linhas de rodovias para a empresa Breda. A empresa mudou seu nome para Mito Turismo, mas ainda enfrentava problemas financeiros, incluindo a apreensão de muitos de seus ônibus por dívidas.

A Mito Turismo acabou pedindo que o prefeito de Mogi das Cruzes interrompesse o processo de impeachment aberto contra a empresa, alegando que estava adquirindo novos ônibus para completar a frota, mas a comissão criada pela prefeitura continuou investigando as irregularidades da empresa.

 

Tentativas de recuperação

Em setembro de 2008, a diretoria da Mito Turismo anunciou medidas para recuperar a empresa e retomar o mercado perdido para a CS Brasil em Mogi das Cruzes. A empresa arrendou 110 ônibus das empresas Comil e Marcopolo agência de trafego pago, adaptados para pessoas com deficiência, e investiu R$25 milhões em um contrato de cinco anos.

A diretoria afirmou que as pendências trabalhistas e comerciais estavam equacionadas e a empresa contratou cerca de 250 pessoas para retomar as competições em outras comunidades e recuperar a credibilidade.

No entanto, a empresa ainda enfrentou problemas para colocar os novos ônibus em circulação devido a burocracias e atrasos na vistoria técnica. A Prefeitura de Mogi das Cruzes também prorrogou a comissão para analisar uma possível quebra de contrato da Mito Turismo.

A empresa não conseguiu cumprir o cronograma da prefeitura para retomar as linhas perdidas para a CS Brasil e apenas 24 ônibus circulavam nas ruas. A decisão final sobre a rescisão do contrato seria tomada antes da posse do próximo prefeito em dezembro de 2008.

Apesar das dificuldades e da ameaça de rescisão, a Mito Turismo ainda recebeu apoio de entusiastas e busólogos da área que ajudaram a empresa a se recuperar e disseram que fazia parte da história de Mogi das Cruzes.

A prefeitura cogitou intervir na Mito Turismo, mas a ideia foi descartada por falta de plano bem definido e problemas judiciais. O contrato com a empresa foi rescindido e a Breda Turismo assumiu as 30 linhas da Mito.

Os ex-funcionários que entraram com ações trabalhistas esperam receber seus direitos com a venda da garagem da empresa, avaliada em 22 milhões de reais, que será utilizada como sede de outra empresa de turismo.